~

                    

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dom Capaz fala sobre nova fase e seu surgimento na Universidade

Afim de realizar essa matéria pro jornal Senso Incomum, o Luiz Fernando nos convidou pra uma conversa onde abordamos o início da banda e os planos pra um futuro próximo. Confira.

Dom Capaz fala sobre nova fase e seu surgimento na Universidade
Trabalhando na produção de seu segundo EP, a banda uberlandense relembra seu início

Por Luiz Fernando Motta

O começo de quase toda banda costuma ser bem parecido. Ensaiar bastante é o primeiro passo e o estúdio, às vezes improvisado, é o primeiro espaço. O difícil é encontrar um bom lugar para dar seguimento a esse início de trabalho. Para a Dom Capaz esse espaço foi a Universidade Federal de Uberlândia. Depois de dar sinais de crescimento como o lançamento do seu segundo vídeo-clipe, planejamento de seu segundo EP, e de ter passado por vários festivais em outros estados, eles lembram que a UFU era o único espaço que tinham para mostrar sua música.

O vocalista e guitarrista Lucas Paiva diz que a Dom Capaz ficou quase três anos tocando apenas na universidade, já que não tinha outro espaço para a apresentação de composições próprias. Foi assim até surgir o coletivo Goma, que criou um espaço diferente para shows e ajudou a banda a circular por outras cidades.

O baixista Felipe Tavares enxerga todo o processo interligado. Para ele, a evolução das bandas proporciona novos espaços e contribuem para o crescimento da cena alternativa em Uberlândia. “A banda passou por transformações, mudaram alguns integrantes, a linha das músicas está diferente, ganhamos mais prática nas composições e isso faz parte do processo.”. O Baixista é o integrante mais recente, mas também sabe da importância do espaço universitário para a Dom Capaz. Para ele, sempre existe a vontade de tocar na UFU para fortalecer e ganhar mais público da cidade onde moram.

Gabriel Serafim, integrante da extinta banda Dissidente, amigo da banda que até já ajudou em algumas composições acompanhou de perto toda a trajetória do Dom Capaz. Ele diz que qualquer banda alternativa de Uberlândia acaba passando pela Universidade e que não é por coincidência que essas duas tiveram inícios semelhantes. Segundo ele, um dos grandes méritos da Dom Capaz é que os caras não param nunca de compor. “É até engraçado, às vezes eles querem tocar as músicas novas mesmo sem as pessoas conhecerem algumas velhas.”. Ele considera muito pouco tempo a banda ter saído da garagem em 2007 para se transformar em uma banda profissional. “Outra história engraçada é de quando eles foram tocar em Uberaba. Uma menina chegou com o celular mostrando que tinha a música Cordão como toque. São sinais de que a banda está crescendo.

Hoje, o Dom Capaz vem fazendo algumas parecerias. O clipe de Tanta Coisa, por exemplo, estreou recentemente e contou com as imagens do fotógrafo Peruzzo. Ávner Andrade, responsável pela produção do Goma, falou da parceria entre banda e coletivo. “Essa integração da banda proporcionou que eles tocassem em grandes festivais nacionais, como o Grito Rock, em Belo Horizonte, o Calango, em Cuiabá, Martelada, em Brasília e Vaca Amarela, em Goiânia”, afirma. Para quem não sabe, o Goma faz parte do circuito Fora do Eixo, que é um dos principais expoentes da nova música nacional, criando oportunidades de circulação e consolidação de novas bandas independentes.

Mas mesmo depois dessas experiências interestaduais a possibilidade de tocar na UFU é sempre agradável. “O público de lá tem muito a ver com a gente, é o que a gente tem mais proximidade. É muito bom que as pessoas possam ir lá de graça para escutar o nosso som”, diz Lucas.